segunda-feira, 21 de julho de 2008

http://www.agazeta-acre.com.br/Web/Noticias.do?ID_Not=12006

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Censo dos Calouros 2008

No período de 25 de fevereiro a 10 de março, o Programa Conexões de Saberes: diálogos entre a universidade e as comunidades populares realizou um censo entre os calouros de 2008, com o objetivo de avaliar e traçar o perfil dos novos acadêmicos que ingressaram na Universidade Federal do Acre. Cerca de 1538 questionario foram tabulados pelos conexistas, sendo 28 cursos de Rio Branco e 10 de Cruzeiro do Sul. Aqueles foram disponibilizados aos calouros durante o período de matrícula institucional, realizado durante os dias 19 e 21 de fevereiro, do corrente ano, no Centro de Convivência da Universidade.
Os dados da pesquisa estão em fase de tabulação, em breve estaremos disponibilizando-os aqui no blog. Se alguém tiver algum interesse nos dados da pesquisa, podem nos procurar que estaremso disponibilizando.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Politicas afirmativas e o mito racial



A ausência de conflitos raciais abertos dá a impressão de que o Brasil é um país cuja cultura possibilita um futuro sem “raças”. O mito de democracia racial alude um ideal de homogeneidade racial, o que se trata de uma negação de alguém, de algum tipo racial.
A reafirmação disso é o ideal de branqueamento, que visava atrair mais imigrantes europeus para mão-de-obra e, possível diminuição da população negra através da miscigenação. Logo, a população negra seria assimilada pela branca. Quando assimilado pela população, esse ideal provoca a desvalorização do negro na sociedade. E a “mistura” passa a ser mais bem vista que estética negra, aí se nota a tal negação do mestiço em relação à “raça” de origem.
As conseqüências que estas concepções trouxeram ao Brasil foram; que o Brasil é um país onde não existem raças, ou mesmo pode se tornar um; ao invés de “raças”, existem classificações (hierárquicas) baseadas na cor.
Segundo estudos realizados pela Unesco, raça existe, mas não como uma categoria biológica, mas como uma categoria social. De fato, o negro deve assumir sua negritude e não negá-la, caso contrário ele próprio estaria sendo preconceituoso.
Devido a esse ideal de inexistência de “raças” no Brasil, não existiam nenhum tipo de política de correção das desigualdades raciais. Dessa forma, aqueles q na realidade sofriam sim injustiças sociais, estavam desamparados da lei e só contavam com a iniciava própria do grupo. Assim sendo, o sistema de relações sociais neste país era algo extremamente cruel com as pessoas de cor que passavam por situações constrangedoras.
Portanto, as ações afirmativas surgiram com a finalidade de corrigir esse erro do passado, buscam promover a justiça entre os diversos grupos sociais, através de um tratamento diferenciado. Nesse sentido se incluem as cotas e políticas sensíveis a critérios raciais.
O sociólogo Joaze Bernardino defende que “as ações afirmativas são concebidas como instrumentos eficazes de correlação de problemas relativos à redistribuição de bens econômicos e cargos de poder a curto e médio prazo.” Mas o problema não se restringe apenas ao fator econômico, e sim a um fator social de reconhecimento do negro como cidadão comum, que possui tantos direitos como os outros, e como um indivíduo que, ainda no séc XXI sofre preconceitos de um povo que é absolutamente miscigenado, possui sangue negro nas veias e nega sua origem através do preconceito racial.
Infelizmente no Brasil há uma distorção, uma negação dessa identidade negra. Muitos sentem dificuldades em assumir ser negro (refiro-me à cor da pele) e, alguns chegam a querer parecer-se esteticamente com brancos. Inclusive na televisão podemos constatar isto, onde o negro aparece como o empregado ou, como alguém que nega sua identidade mudando sua estética; alisando e aloirando os cabelos, agindo com preconceito e etc. Isto por que ainda paira a concepção de padrão de beleza europeu que foi introduzido em nossas mentes desde épocas do colonialismo e, reafirmado todos os dias pelos meios de comunicação, de moda e o comercio.
O mito de democracia e o ideal de embranquecimento são fatores que dificultam a implantação das Políticas Afirmativas, pois estão enraizados na concepção das pessoas, que negam o racismo como um problema brasileiro. Estas concepções só podem ser arrancadas do ideário dos brasileiros através da educação. Somente ela poderá mudar essa realidade, preparando as crianças para a vida em uma sociedade não excludente, onde as diversidades raciais e culturais sejam amplamente aceitas e respeitadas e o preconceito racial superado. Esta seria a formação da tal sociedade justa, com o Estado e a sociedade valorizando os negros, mulatos e brancos sem negligenciar uma em exaltação de outra.


(estudo realizado a partir do texto "Levando a raça a sério: ação afirmativa e universidade." de
Joaze Bernardinho)

Damasceno, Y.L (conexista)

terça-feira, 8 de julho de 2008

Além dos muros das universidades .

Essa transposição de muros e portões, entretanto, apesar de ser um importante passo para a flexibilização da estrutura das IES e conseqüente democratização do ensino, de modo algum pode ser considerada um ponto final.
Há que se (re) avaliar os moldes que sustentam essas intervenções, desde seus objetivos até os resultados. Muito mais que assistência, a extensão universitária eficaz deve instigar e oferecer condições para a participação. Muito mais que entregar respostas, deve fomentar questionamentos.Não há espaço para dúvida sobre a necessidade de que o conhecimento acadêmico não fique restrito ao campus.
É prudente e real a prerrogativa de que uma universidade ilhada, alheia ao contexto em que se localiza, não cumpre com sua responsabilidade social e perde a oportunidade de oferecer aplicabilidade ao ensino, já que quadro e giz não são capazes de fazê-lo. Porém, para muito além disso, tem-se fortalecido um novo modelo de extensão, menos autoritário e presunçoso, no qual os projetos atuam como uma ponte permanente, pela qual circulam livremente os saberes científico e popular. Nesse modelo, a universidade abre espaço para as manifestações, necessidades e aspirações das comunidades, o que resulta numa relação mais ampla e cíclica de ensino-aprendizagem.
Nesse processo a universidade finalmente começa a abrir mão da posição em que se colocara, a de detentora exclusiva do conhecimento. Nessa via de mão dupla em que universidade e sociedade interagem entre si, influenciam-se mutuamente, permeam-se, pressupõe-se uma troca de valores que seja capaz, por exemplo, de levar para a realidade das comunidades populares os benefícios práticos do ensino produzido pelas diversas áreas do conhecimento científico e ao mesmo tempo de permear de humanidade as rígidas estruturas da ciência. E fica a expectativa de que esse modelo, hoje sinônimo de exceção, chegue a um dia tornar-se comum. E mais que isso, que ao deixar de ser novo, possa, por meio de constante reflexão e reinvenção, ser superado por outros modelos ainda mais eficazes na busca por uma sociedade cooperativa e igualitária.

Oliveira,E.J.S . conexista da (ufac)